Eu não podia deixar de registrar isso. Hoje saiu a minha primeira torta produzida sem a ajuda de nenhum outro ser humano. Apesar de ser talvez a receita de torta mais simples de que se tem notícia, não foi lá tão tranquilo assim produzi-la.
Como toda primeira vez, eu estava um pouco nervoso, o que acarretou em algumas cagadas. Definitivamente, eu preciso evoluir muito o meu manejo com ovos. Precisava usar só três, mas consegui quebrar um já dentro da geladeira (bom, difícil adivinhar que o nosso amigo iria estar grudado no suporte pra ovos; e lá se vai um bom tempo só limpando o estrago). Logo depois, consegui derrubar mais um com casca e tudo dentro do liquidificador.
Tropeços corrigidos, com o resto não tive problema. Estranhamente até acertei o ponto ideal pra tirar a nossa queridinha do forno (coisa que muita cozinheira "rodada" tem dificuldade pra acertar). Só achei que ficou um pouco salgado. Na verdade, bem salgado. Não sei se foi por causa da minha miopia, mas eu troquei a "colher de chá" da receita por uma "colher de sopa", uma baita "colher de sopa" aliás (com direito a transbordamento).
Enfim, no geral, acho que fui aprovado (apesar da ausência de juízes). Uma experiência bem interessante, que recomendo pra todo homem jovem solteiro suburbano que more sozinho. É como ficar "grávido" por uns 20 minutos e "parir" um "bebê-torta" que faz você se sentir o "pai" mais fodão do planeta por alguns segundos. Pena que estou sem câmera aqui, senão poderia ter registrado visualmente esse momento épico.
Acredito que 99% das almas femininas adultas do planeta tenham essa receita, mas vou deixar aqui para caso algum leitor aventureiro desse blog queira experimentar.
Tipo de Culinária: Culinária Popular Categoria: Café da manhã/lanches/festas Subcategorias: Tortas salgadas Rendimento: 8 porções
Ingredientes:
- 12 colher(es) (sopa) de farinha de trigo - 3 unidade(s) de ovo - 1 xícara(s) (chá) de azeite - 3 colher(es) (sopa) de queijo ralado - 1 colher(es) (chá) de sal - 2 colher(es) (sopa) de fermento químico em pó - 2 copo(s) de leite
Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes no liquidificador. Unte um refratário e coloque a massa. Por cima, distribua o recheio a gosto (carne moída, frango, atum, camarão ou bacalhau). Leve ao forno médio, pré-aquecido, até assar.
Heaven sent the promised land Looks alright from where i stand Cause i'm the man on the outside looking in
Waiting on the first step Show where the key is kept Point me down the right line because it's time
To let me in from the cold Turn my lead into gold Cause there's chill wind blowing in my soul And i think i'm growing old...
Flash the red is wots...uh the deal Got to make to the next meal Try to keep up with the turning of the wheel.
Mile after mile Stone after stone Turn to speak but you're alone Million mile from home you're on your own
So let me in from the cold Turn my lead into gold Cause there's chill wind blowing in my soul And i think i'm growing old...
Fire bright by candlelight And her by my side And if she prefers we will never stir again
Someone said the promised land And i grabbed it with both hands Now i'm the man on the inside looking out
Hear me shout "come on in, What's the news and where you been?" Cause there's no wind left in my soul And i've grown old...
("Wot´s... uh the Deal" - R. Waters/D. Gilmour)
Passei a manhã escutando essa música. Depois coloquei novamente na vitrola no final da tarde. Recoloquei pra fazer a janta. E finalmente, estou escutando nesse exato momento pra postar no blog.
Dessas canções "menores" que grandes bandas fazem. E claro, que depois de você ter escutado algumas vezes e não ter dado bola, você a pega em um dia deprê e começa a reavaliar com mais cuidado, apreciando as nuances. E eis que essa música se torna uma das suas favoritas de todos os tempos.
Eu acordei prometendo pra mim mesmo que não ia escrever sobre o meu humor, mas cá estou já sentado na frente do computador, comendo um daquelas mini-bolos sabor "café da manhã", tomando um chocolate, deixando a música contaminar o ambiente, e fluindo.
Eu acredito que um dos principais males de se morar sozinho (relativamente isolado) são as "recaídas". O seu humor necessariamente vai ao fundo do poço de uma forma violenta durante certos momentos. Isso já até foi registrado involuntariamente no blog: aqui. As atividades cotidianas se tornam demasiadamente tediosas (ou a falta delas), você sente uma falta fudida de interlocutores (mesmo que os amigos estejam por ali), e começa a se aproximar de uma daquelas "conversas a um" que não são muito saudáveis.
E é a tal história, você sabe que é algo químico e fugaz, e que necessariamente irá passar rápido, mas você não perde tempo em culpar até as baratas do ralo do seu banheiro pelas suas aflições. E como quem sofre de uma forma mais aguda desse "mal" é daquelas pessoas que "pensam demais", você se torna necessariamente um sujeito insuportável.
Eu reparei que até consigo lidar bem com isso, e "deglutir" muita coisa sem "contaminar" muito as pessoas a minha volta, mas é uma tarefa árdua. É impossível você eximir-se por completo, e a melhor tática acaba sendo um misto de reclusão e atividades "iluminadoras" (da última vez fui sozinho assistir um show cover do Pink Floyd na madrugada de uma noite congelante).
Estou pensando no que irei fazer dessa vez. Talvez seguir no curso normal do dia seja a melhor opção. Até no final da tarde pode acontecer um "revertério químico-psico-cerebral" e tudo voltará ao normal. Da última vez acho que durou uns três dias (já estou contando este como o segundo). Bom, nessas horas eu procuro sempre lembrar dos monges budistas, e a melhor receita é deixar fluir (vide primeiro parágrafo).
De qualquer maneira, esqueçam essa postagem. Era pra ser algo muito mais profundo (sentimentalmente falando) e pretensamente libertador, mas o tiro saiu pela culatra. Tá muito pedante isso aqui. E eu vou almoçar.
* To be continued(ainda quero desenvolver esse assunto com a cabeça mais equilibrada).
Eu gosto de feriados "híbridos", como esse do dia da consciência negra. São Paulo fica uma cidade deliciosa. A grande maioria das pessoas está viajando mas ainda sobra gente interessante pra se ver nas ruas. Pois o dia hoje está muito gostoso. Amanheceu com sol, ruas tranqüilas. Até me surpreendi com a quantidade de gente bonita andando na zona central da cidade, acima da média. Casais suburbanos de classe média perambulando pelo Largo do Paiçandú. Coisa rara. Normalmente umas poucas almas penadas. Quem ficou na cidade resolveu sair de casa, muito bom.
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E eu estava louco pra comprar uma caneca tematizada com o "logo" do Dark Side of The Moon do Pink Floyd na galeria do rock. Depois vi uma outra dos Beatles. Estava disposto a gastar, mas R$20 por uma caneca meia boca feita pra destro (muito legal isso, só tinha imagem do lado da caneca que aparece quando alguém segura com a mão direita; mother fuckers!) não dá.
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Flanando pelas vielas do centro velho, resolvi passar no Centro Cultural Banco do Brasil e ver a exposição da Yoko Ono. Como bom fã dos Beatles, fui com um pé atrás. Mas ela é uma artista competente. Obras interessantes, acessíveis. Diz lá que a exposição e a carreira da artista buscam justamente tirar a arte daquele campo restrito de críticos e especialistas e adotar uma linguagem mais objetiva. Eu gostei. Xícaras quebradas, mensagens escritas na parede expostas como se fossem um "manual" de simpatias e "dicas existenciais". Até aquela famosa obra que foi a causa do início do relacionamento dela com John Lennon está exposta (a escada, a lupa, e a pequena palavra escrita no teto: "yes!"). Ao contrário do talento musical, ela manda bem na arte visual. Dizem que os especialistas desdenham do trabalho dela, mas qualquer um que tente transformar algo elitizado em um trabalho mais pop, leva chumbo. Em tempo: sofri pra resistir à aprazível cafeteria local.
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Já que mencionamos cafeína, descobri (experimentei, finalmente) um negócio chamado café aromatizado. Sabia que existia mas nunca me movimentei o suficiente pra provar. Agora provei. Pra "cafeínomaníacos", é obrigatório (e ao mesmo tempo um perigo). Quem resiste a um café com aroma de chocolate com trufas? Começa e depois não pára mais, tá loco.
Ao contrário de boa parte das pessoas, final de ano não é sinônimo de melancolia, depressão, mau-humor pra mim. Eu até fico mais animado, pensando antecipadamente nas possibilidades que o início de um novo ano no calendário pode trazer.
Quando chega nessa época parece que certos indivíduos acionam um botão e a vida se torna um grande poço sem fundo. Eles fazem o "balanço" dos últimos trezentos e poucos dias e "descobrem" que poderiam ter feito/vivido muito mais do que realmente fizeram/viveram. Começam a reclamar da chegada do Natal, que é tudo um porre, que terão que encontrar parentes indesejáveis, agir com hipocrisia, e blá, blá, blá.
Bom, no fundo, essas pessoas não deixam de estar certas, mas acho isso uma das manifestação de humor mais escrotas que a civilização ocidental já produziu. Na verdade, estou me antecipando, pois ainda não me deparei com ninguém que já tenha efetivamente ligado esse bendito botãozinho. De qualquer maneira, já fica aqui dado o recado na "toada" de um dos melhores "hinos anti-humor-escrotal" que a música pop já produziu. Pegue o seu fone de ouvido ou ligue sua caixa de som, e vamos nessa:
You want a love to last forever One that will never fade away I want to help you with your problem Stick around I say
Coming Up, coming up, yeah Coming up, like a flower Coming up, I say
You want a friend you can rely on One who will never fade away And if you're searching for an answer Stick around, I say
Coming Up, coming up Coming up, like a flower Coming up, yeah!
You want some peace and understanding So everybody can be free I know that we can get together We can make it, stick with me
It's coming up, coming up Coming up, like a flower Coming up for you and me
Coming Up, coming up, I say Coming up, like a flower Coming up, I feel it in my bones
You want a better kind of future One that everyone can share You're not alone, we all could use it Stick around, we're nearly there
Coming Up, coming up everywhere Coming up, like a flower Coming up for all to share
Coming up, yeah Coming up, anyway Coming up, like a flower Coming up!
("Coming Up" - P. McCartney)
P.S.: não sei porque, depois que voltei de uma viagem em que vi minha avó completar 85 anos de idade, senti a necessidade de fazer essa postagem.
Hoje à tarde, enquanto lia notícias na internet e tomava uma xícara de café, deparei-me com isso:
Aquecimento global pode reduzir produção de café em 92% até o fim do século, aponta estudo
Se nenhuma ação for realizada para diminuir os efeitos do aquecimento global sobre a agricultura, a produção de café no Brasil pode ter queda de 92% até o ano de 2100. A informação é de um estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) que também calcula a possibilidade de queda de R$ 370 milhões em exportações nos próximos 13 anos.
De acordo com o estudo, as plantações de café, soja e feijão são as mais impactadas pela elevação da temperatura. A estimativa para a produção do café é de queda de 30 milhões para 2,4 milhões de sacas até o fim do século, caso não haja diminuição dos danos causados pelas alterações climáticas.
Apesar da probabilidade de queda na produção, o pesquisador Eduardo Assad, da Embrapa, disse acreditar que com o desenvolvimento de práticas agrícolas eficazes e ações da ciência, o quadro pode ser mais otimista.
“A boa notícia é que os pesquisadores não estão de braços cruzados. O Brasil é muito competente no uso de tecnologia em agricultura. Se acharmos que está tudo bem com o atual cenário, aí sim perderemos produção”, afirmou.
Entre as ações necessárias para evitar a escassez do café, Assad incluiu a utilização de novos fertilizantes e o desenvolvimento de espécies resistentes a temperaturas mais altas. Mesmo diante da perspectiva de diminuição das plantações, o pesquisador descartou a possibilidade de falta de café.
“Não vai faltar de jeito nenhum. Esse trabalho [pesquisa] tem a grande vantagem de se antecipar aos problemas. Nós não estamos apagando incêndios, mas nos precavendo”, garantiu.
O pesquisador da Embrapa ressaltou que, além dos aspectos econômicos, as plantações de café são importantes para combater a poluição atmosférica. Segundo ele, a planta tem a propriedade de catalisar partículas de dióxido de carbono (CO2), substância nociva ao meio ambiente.
“O café é uma planta que tem balanço positivo em termos de retenção de carbono. Ele ajuda, portanto, a limpar a atmosfera. Estamos intensificando as pesquisas para saber a proporção dessa limpeza”, afirmou. (Hugo Costa / Agência Brasil)
Um chamado aos meus nobres companheiros de vício. Mesmo que você seja um cabeça dura que não está nem aí para o que anda acontecendo socioambientalmente com o planeta, ajude ao menos a divulgar essa notícia. Até as coisas ficarem realmente complicadas, você provavelmente já terá se tornado uma caveira sete palmos abaixo da terra, mas pense no bem-estar do seu futuro filho viciado em cafeína. Acima de tudo, salvemos a pobre cafeína da extinção!
Eu acho que... mesmo que tenha namorado alguém... ou melhor, principalmente quando namorou alguém... e, depois, tenta manter a amizade... é difícil, não é? É difícil porque vocês se conhecem muito bem. Parecem dois mágicos fazendo "show" um para o outro. Um diz: 'Um coelho!' (tira da cartola) E o outro responde: 'E daí?' (...) 'Essa carta de baralho é sua.' (mostra a carta de baralho) (...) 'Vamos nos serrar pela metade e encerrar a noite?'.
Hoje vão duas dicas rápidas do diretor Danny Boyle. Eu até recentemente não tinha dado muita bola pros filmes dele. Sempre tinha ouvido falar bem, mas não me entusiasmava em procurar ver os filmes. Graças a influência de amigos, estou conferindo. E, depois do clássico Stanley Kubrick, o sujeito tornou-se o meu diretor cinematográfico favorito.
"Trainspotting - Sem Limites"
"Os bons tempos não duram para sempre".
(Mark Renton)
Adorei esse filme. Assisti hoje. Com um atraso de mais de 10 anos (!). Todo mundo que eu conheço já tinha falado bem sobre o dito cujo, porém, eu sempre fiquei com um pé atrás. Na época, lia resenhas e achava que era mais um filme "da modinha" sobre um bando de drogados. Mas não é isso. Muito pelo contrário.
É daqueles filmes que os britânicos sabem fazer melhor do que ninguém. Uma narrativa em primeira pessoa com altas doses de ironia e sarcasmo. Dei muita risada. E adorei o contexto da história.
Talvez pelo fato de ser um "filho do britpop", ter crescido vivendo e consumindo toda aquela "onda cultural" que surgiu na terra da rainha lá em meados dos anos 90 e reverberou pelo mundo, a identificação foi total. Aliás, lembrei muito do Blur enquanto assistia. Algumas passagens do filme parecem cenários dos clipes da banda, em uma delas há referências claras ao clipe da música For Tomorrow (ou eu enxerguei demais).
Arrisco dizer também, pelo menos dos que eu vi até agora, que é o melhor filme desse diretor. Daquelas raras películas que não perdem o ritmo, e mantém a mesma "toada" do início ao fim. Além de ser o melhor momento da parceria que ele fez com o ator Ewan McGregor. Também assisti Por uma vida menos ordinária(1997) e Cova Rasa(1994). Apesar de serem bons filmes, são mais fracos que esse.
ficha técnica:
Título Original: Trainspotting Gênero: Drama Tempo de Duração: 96 minutos Ano de Lançamento (Inglaterra): 1996 Site Oficial: www.miramax.com/trainspotting Estúdio: PolyGram Filmed Entertainment / Channel Four Films Distribuição: Miramax Films / PolyGram Filmed Entertainment Direção: Danny Boyle Roteiro: John Hodge, baseado em livro de Irvine Welsh Produção: Andrew Macdonald Música: Georges Bizet Direção de Fotografia: Brian Tufano Desenho de Produção: Kave Quinn Direção de Arte: Tracey Gallacher Figurino: Rachael Fleming Edição: Masahiro Hirakubo
elenco:
Ewan McGregor (Mark Renton) Ewen Bremner (Daniel Murphy) Jonny Le Miller (Simon David Williamson) Kevin McKidd (Tommy MacKenzie) Robert Carlyle (Francis Begbie) Kelly MacDonald (Diane) Peter Mullan (Swanney) James Cosmo (Sr. Renton) Eileen Nicholas (Sra. Renton) Susan Vidler (Allison) Pauline Lynch (Lizzy)
"Sunshine - Alerta Solar"
Meio que intuitivamente surge a comparação com o "2001, Uma Odisséia no Espaço", mas são coisas distintas. "2001" é um épico, enquanto esse filme de ficção científica do nosso amigo Boyle é mais despretensioso, e digamos, pop. Queria ter visto no cinema mas acabei assistindo esses dias, alugando o DVD mesmo.
Li uns textos na internet comparando o filme com "Alien, o 8º passageiro", o que eu achei meio forçado. Principalmente porque a mensagem do filme é outra, e não tem nada de terrorística, eu diria até que "Sunshine" é tematicamente meio lírico, buscando uma reflexão filosófica (daí a minha comparação no conteúdo com o "2001"). Basicamente falando do "embate metafísico"(?) homem/sol, e da nossa dependência pra lá de visceral dessa singela estrela.
Também gostei muito dessa película, já está na lista das minhas favoritas. Além do roteiro propriamente dito, a "fotografia" do filme (se é que poderíamos chamar assim) merece destaque. Belas imagens.
Especialmente pra quem curte ficção científica (como eu), é um trabalho que não pode passar batido. Quando for comprar o "2001" pro meu "acervo" particular de filmes vou levar esse junto, pra fazer um contraponto.
O filme só tem uma falha técnica, a meu ver, e gostaria que alguém explicasse: como um ser humano consegue "flutuar" no espaço sideral (nem que seja por alguns segundos) sem uma roupa de proteção? Pois o povo que tripula a Icarus II consegue. Porém, isso não estraga o trabalho.
Bom, agora só falta ver o tal do Extermínio(2002) e Caiu do Céu(2004). Talvez já tenha ouvido falar/visto o trailer do primeiro em algum lugar, mas não lembro de ter visto esses filmes em cartaz no cinema e nem reparei na presença deles na locadora.
De qualquer maneira, valeu Boyle, pelo petardos recentes de entretenimento de alta qualidade. ficha técnica:
Título Original: Sunshine Gênero: Ficção Científica Tempo de Duração: 100 minutos Ano de Lançamento (Inglaterra): 2007 Site Oficial: www.sunshinedna.com Estúdio: UK Film Council / DNA Films / Ingenious Film Partners / Moving Picture Company Distribuição: 20th Century Fox Film Corporation Direção: Danny Boyle Roteiro: Alex Garland Produção: Andrew Macdonald Música: Karl Hyde, John Murphy e Rick Smith Fotografia: Alwin H. Kuchler Desenho de Produção: Mark Tildesley Direção de Arte: Gary Freeman, Stephen Morahan, Denis Schnegg e David Warren Figurino: Suttirat Anne Larlarb Edição: Chris Gill Efeitos Especiais: Moving Picture Company / Snow Business International
elenco:
Chris Evans (Mace) Cillian Murphy (Capa) Rose Byrne (Cassie) Michelle Yeoh (Corazon) Mark Strong (Pinbacker) Cliff Curtis (Searle) Troy Garity (Harvey) Hiroyuki Sanada (Kaneda) Benedict Wong (Trey)
Depois de uma certa ausência no espaço, voltando a escrever. Eu não sei se é porque o meu blog é pessoal, mas a vontade de escrever aqui é inversamente proporcional a positividade do meu estado de espírito. É lógico que o que realmente conta é o fator tempo (o que foi muito bem preenchido nos últimos dias), mas noto que minha "produtividade" de postagens é maior quando estou no melancolic mode on. Quanto mais animado fico mais eu "travo" na frente da tela do editor. Talvez mais uma evidência do quanto os blogs pessoais são, no que tange ao conteúdo, majoritariamente confessionais. E a gente só se confessa quando faz alguma cagada (a maneira clássica), ou está com o saco na lua, ou solitário, ou com aquela "pensatividade melancolista" (estou com sede de neologismos) típica de seres introspectivos em estado latente.
*** Eu queria falar de futebol (não sou um grande freqüentador de estádios e torcidas, mas eu gosto de acompanhar e torcer), pois é deprimente ver o estado em que se encontra o meu time do coração, aquele que nós da comunidade costumamos chamar de timão. Bom, todo corinthiano que se preze sabe que torcer pro time sempre envolve uma dose elevada de sofrimento. É uma característica histórica do clube. Todo mundo sabe, e todo mundo aceita. Não está escrito no estatuto do clube, mas é como se estivesse: "art. 1º, parágrafo único - você aí, associado, torcedor do time de futebol dessa agremiação esportiva, será sempre um sofredor." Porém, como tudo na vida, há um limite, e observando o time jogar ontem na TV (derrota para o Flamego; 2x1) foi fácil constatar que esse limite foi quebrado. Não que o Corinthians não tenha o direito de jogar mal, mas eu pude enxergar ali o reflexo perfeito de tudo o que está por trás daquelas 22 pernas que são (vou arriscar) as mais sufocadas e pressionadas pernas do futebol brasileiro. Politicagem rasteira, lavagem de dinheiro, irresponsabilidade, enfim, todo mundo sabe do que eu estou falando. Foi fácil imaginar cada um daqueles 11 jogadores carregando uma tonelada de esterco de porco nas costas (deu vontade de encomendar uma charge com o Angeli). Pois bem, lembrando um pouco daquela fábula roqueira antiga: eu não acredito em porcos voadores, mas que eles existem, existem. Ainda mais dentro do mundo futebolístico.
*** Já que tocamos no assunto, queria parabenizar os são-paulinos em geral (frise-se, eles não são palmeirenses, então eu posso elogiar) pela conquista do título. Mais do que merecido. As "arcadas" do Morumbi hoje representam a antítese do que se pratica dentro daquele feudo chamado Parque São Jorge. Uma salva de palmas pros "bambis".
*** God put a smile upon your face. Eu ando escutando muito essa música (que eu já ouço mais do que o normal faz muito tempo, desde que o Coldplay pariu essa bolacha para o mundo). Esses dias, conversando com um ser também adorador do som da banda, classifiquei a dita cuja como "catártica". Talvez eu tenha exagerado (como bem notou o outro ser adorador), mas o meu sentimento quando a escuto é algo nesse sentido. A provável falta de classificação pro meu estado de espírito com a "moça" na vitrola tenha me levado a pensar nesse adjetivo. De qualquer maneira, sorria por favor:
*** Eu passei o último domingo no parque. Aquele que começa com "Ibira" e termina com "puera". Aliás, agradabilíssimo domingo. E eu vi um senador. Uma visão rara, convenhamos, em um parque público. Um senador competente e honesto (adicionemos o substantivo "miragem"). Um político em quem eu sempre voto (votei), e nunca me arrependi. Um economista boxiador, ou boxiador economista. Um cara simples, meio quixotesco (no melhor sentido que a palavra pode ter). Vestido da forma mais "tiozão" possível. Ele estava lá. Talvez buscando (e sentindo) os mesmos "ventos empáticos" que eu busquei (e senti) lá.
"promoção": vamos ver, um copo de café (na Starbucks) pra quem acertar o nome do rapaz.
Arquivo inicial do blog "Empty Spaces Chronicles" que engloba o período de novembro de 2004 a dezembro de 2010. Layout e design original mantidos. O blog também esteve ativo entre os anos de 2011 e 2017, porém nesse período era usado um servidor próprio cujos arquivos foram deletados. O blog atual pode ser acessado aqui: Empty Spaces Chronicles