Assim como a imensa maioria da "blogosfera" faz nessa época, vou tirar uma licença pra um "balanço" rápido do ano que se passou. Aproveitando que não tenho outro assunto interessante pra escrever por essas bandas.
2008 foi um ano totalmente improdutivo pra mim, se formos fazer uma análise a partir do âmbito estritamente pessoal e profissional. Minha carteira de trabalho passou totalmente em branco e, como não poderia deixar de ser em uma sociedade pós-moderna capitalista, minha auto-estima inevitavelmente acabou indo pras cucuias.
Consegui sobreviver metade do ano sozinho, aniquilando o que sobrou do último emprego, e a ajuda da família. Até que a corda estourou e eu tive que voltar pra casa. Aliás, as vezes eu penso sobre a opção que eu fiz, e se ela era realmente inevitável. Se a corda realmente havia estourado ou se foi apenas uma ilusão minha. Se eu não poderia ter tentado esticar um pouco mais.
De qualquer maneira, a mudança foi feita. E ficou uma certa sensação amarga de que eu retrocedi uns 3 anos na minha vida. Mas com o tempo eu percebi que era o caminho a ser seguido, considerando isso como retrocesso ou não. Materialmente falando, saí e voltei pra casa na mesma. Não deu nem pra esboçar pelo menos pagar o investimento da faculdade.
Por outro lado, se traçarmos o ano (e não só o último, mas esses três últimos anos) por uma perspectiva mais objetiva e interpessoal, o quadro se inverte. O que eu ganhei espiritualmente é incomensurável. Pessoas, lugares, perspectivas que vivenciei, não há dinheiro que pague isso. E há um outro aspecto pelo qual andei refletindo esses dias: a criação de "pontes". Percebi que a minha grande vitória nesse últimos anos foi ter tido a possibilidade de ajudar os outros e criar boas (e fortes) ligações, amizades, relacionamentos. Ser pontífice.
Não sei se isso é uma qualidade pessoal, se posso desenvolvê-la, mas talvez seja um sinal do rumo a seguir. Talvez seja a "chama" pessoal que eu precise aprimorar e direcionar pra buscar inclusive o rumo profissional. Talvez seja o óbvio que eu esteja negando, deixando o fingimento tomar conta.
A grande questão é que o relógio está correndo, e eu não posso mais ficar masturbando as possibilidades ad eternum.
Mas já chega, ponto final por hoje.
Com o desejo de boas festas a todos os nobres leitores, fiéis ou eventuais, desse espaço.