Minha mais nova estada na capital federal está chegando ao fim. 10 dias que passaram mais rápido do que eu imaginava. Mas na medida do possível deu pra aproveitar o tempo, e a cidade. Dessa vez com um diferencial, eu pude "viver" Brasília, e não só ser mais um turista.
(as famosas faixas de pedestre de Brasília; aqui é só acenar que os motoristas param.. bom, pelo menos uma parte deles)
Tirando uma gripizinha que me deixou uns três dias detonado, consegui desenvolver uma certa rotina, o que implica em andar de busão pela capital federal, uma verdadeira aventura medieval. Aliás, taí um grande problema local, se você não tiver um carro ou moto, tudo fica muito mais complicado. Brasília não tem calçadas, ouso arriscar que uns 60%, 70% das ruas aqui não possuem calçamento lateral, é tudo gramado e/ou jardins. E o transporte público é pra lá de deficitário. Se virar à pé por aqui é bem escroto, mas eu consegui.
(perambulando..)
Em termos eminentemente humanos, Brasília "pulsa" na tríade formada por sua famosa rodoviária central e os dois shoppings laterais que a circundam. Esse foi o meu circuito: Super Quadras Asa Norte - Shopping Pátio Brasil / Brasília. Ali deu pra conhecer mais do cerne urbano da cidade, as pessoas, as fisionomias, o "viver" brasiliense. Uma mistura muito interessante de "caras" nordestinas, indígenas e "sul-caucasianas", tudo ali na bagunça do cruzamento do Eixo Monumental com o "Eixão" Norte-Sul. Ali eu enxerguei realmente Brasília, com um incipiente cosmopolitismo que lembra vagamente São Paulo. Até "emos" eu visualizei perambulando pelos shoppings locais.
(enchendo o bucho.. com picadinho de bode)
Enfim, essa viagem mais longa me deu a oportunidade de conhecer o lado urbano da capital do país que não está na propaganda nem no esteriótipo. O "tempero" humano que normalmente é eclipsado pela grande e magnífica arquitetura local. Pude constatar finalmente que a propalada "frieza" do centro do poder nacional fica ali mesmo, nos gabinetes e prédios burocráticos, nas grandes, opulentas e vazias mansões que circundam o lago Paranoá. Brasília "pulsa" no seu núcleo. Com pessoas de todos os tipos e estirpes buscando seu lugar ao sol (e que sol!), vivendo, sorrindo, gritando, cochichando, fofocando nos pontos de ônibus, nas esquinas, nas pequenas lojas. Brasília é humana, e confesso que isso foi uma bela e entusiasmante descoberta.
(na prosa com "Kubicha" e sua adorável e recatada esposa Sarah..)