Eu disse lá atrás que iria tecer algumas considerações finais sobre os Jogos Olímpicos de Pequim e o desempenho do Brasil. Bom, nem tenho muito o que dizer, o presidente do comitê olímpico já tocou o dedo na mais que óbvia ferida e disse que o Brasil precisa reforçar o trabalho psicológico dos atletas. Ok, mas aí eu fico me perguntando até que ponto isso realmente mudaria a situação, uma vez que o problema é mais profundo e delicado.
A questão do nervosismo e das variações psicológicas pelo fato de estar numa competição como essa atingem todas as equipes de todas as nações. Norte-americanos, chineses e russos voltam e meia "amarelam" também. O problema nosso, na minha opinião, é de cunho cultural, relacionado a valores sociais muito mais que enraizados. Algo que não se resolve com psicologia individual ou grupal, mas com muita política, e das boas. Não falo só de mais verbas (aliás, as verbas do governo para essa olímpiada foram recordes), infra-estrutura, mas também de educação. E não estamos falando aqui de educação física, mas daquilo que faça um garoto de 5 anos daqui a 20 anos não melindrar (inconscientemente) sobre a sua auto-consciência de altivez cultural.
Aí o leitor esclarecido provoca: mas isso é chover no molhado, é a mesma ladainha de sempre que estamos carecas de saber. E eu retruco: se está tão molhado assim e estamos tão carecas é porque há algo de muito turvo encravado na nossa consciência política já bem crescidinha. Precisamos é parar de ficar jogando a bola pro outro lado da quadra, lá onde nossa verve cínica trabalha um esquema de ataque impecável e mais do que bem treinado.
A questão do nervosismo e das variações psicológicas pelo fato de estar numa competição como essa atingem todas as equipes de todas as nações. Norte-americanos, chineses e russos voltam e meia "amarelam" também. O problema nosso, na minha opinião, é de cunho cultural, relacionado a valores sociais muito mais que enraizados. Algo que não se resolve com psicologia individual ou grupal, mas com muita política, e das boas. Não falo só de mais verbas (aliás, as verbas do governo para essa olímpiada foram recordes), infra-estrutura, mas também de educação. E não estamos falando aqui de educação física, mas daquilo que faça um garoto de 5 anos daqui a 20 anos não melindrar (inconscientemente) sobre a sua auto-consciência de altivez cultural.
Aí o leitor esclarecido provoca: mas isso é chover no molhado, é a mesma ladainha de sempre que estamos carecas de saber. E eu retruco: se está tão molhado assim e estamos tão carecas é porque há algo de muito turvo encravado na nossa consciência política já bem crescidinha. Precisamos é parar de ficar jogando a bola pro outro lado da quadra, lá onde nossa verve cínica trabalha um esquema de ataque impecável e mais do que bem treinado.
img: Lucas Bruno/AP; Folha SP.
5 comentários:
Acho que nesse e em outros casos, a educação do brasileiro ainda é um projeto a longo prazo...
Vamos comprar o bilhete único do double-decker? :p
Bem, eu ainda concordo com a questão do preparo psicológico dos atletas. Só não vale ficar jogando a culpa no técnico, no atleta, no presidente do COB...
Ainda sofremos com a síndrome de vira-lata. Ser coitadinho faz mais sucesso...
P.S. : Putz... não foi intencional a "cópia de layout", sorry! Mas não se preocupe que ele muda a toda hora hehehe
um prof de ed física da escola disse que o problema é que o brasileiro tem medo de se machucar, ele diz que em paises como os estados unidos eles colocam as crianças pra treinarem e se machucarem mesmo, pra nõa terem medo do tombo, se for isso, parece que funciona com os saltos mortais que as americanas dão... qto as chinesas, o trabalho é outro: se não fizer direito vai ficar sem casa!
ele acha que os pais no Brasil passam a mão na cabeça do filho, se o técnico aqui pegar mais pesado com a criança o pai faz escândalo, lá não... aceita que faz parte do treinamento...
beijo!
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